domingo, 6 de março de 2011

Tudo pronto, não preciso mais pensar!

Começarei minhas reflexões com a contundente frase de Sócrates: "Sem reflexão a vida não merece ser vivida."
Hoje, temos tudo pronto. Basta apertar, girar, digitar, programar. Nossas crianças ficam paradinhas, estáticas em frente ao televisor. Os adultos, também, assistindo novelas, realit show. Vamos fazer compras e tudo está organizado, nem precisamos pensar para procurar o que queremos. Vamos dar aula e já encontramos o material, nosso e dos alunos, pronto. Tudo é, de certa forma, previsível. Então, para que pensar, "perder tempo". Onde perdemos nossa visão emancipadora e abrangente, nossas ações criativas, a capacidade de potencializar os espaços educativos, a avaliação que me oferece pistas de como ressignificar minha prática pedagógica, capacidade de organizar tempo e espaço, vontade de ampliar o meu repertório cultural e do meu aluno? Minha verdade de que democracia e cidadania se aprende praticando?
A educação deve preparar para a vida, ainda mais com a globalização, o número enorme de informações, a convivência na diversidade. Mas muitos ainda educam com o único objetivo de passar em exames.
Há sistemas de avaliação, adotados em alguns estados. Avalia-se o desempenho do aluno, o trabalho do professor, mas quem avalia as políticas educacionais? Será preciso? Ou basta olhar o lugar que o Brasil ocupa no ranking de alfabetização na América do Sul, penúltimo!
Como avaliar se a criança/adolescente introjetou atitudes, valores, comportamentos desenvolvidos e vivenciados na escola? Com certeza não é através de provas.
O que você pensa sobre isso tudo?

Um comentário:

  1. Nossas políticas públicas são eficientes: elas existem para a manutenção das desigualdades sociais. São criadas, mais que isto, aplicadas com este intuito. Há uma logística para que tudo aconteça da forma como vem acontecendo. Enquanto que pequenas comunidades organizadas conseguiram pensar em formas alternativas de educação capazes de responder às reais necessidades dos coletivos que atendem, sem recursos significativos, apenas com recurso humano e postura solidária, com consciência social e com autocrítica, a escola formal faz o possível para dissolver a autonomia do conhecimento e para desvalorizar o saber coletivo. Essa reprodução de valores capitalistas, ignorante do valor humano é planejada, pensada e arbitrada pela instituição que acaba manipulando o educador desavisado que busca a acomodação. E isto vai muito além dos salários irrisórios que esmagam a dignidade do professor, a impossibilidade de ser pensador que é construida. Passa pela falta de diálogo convivência e discernimento da própria história, passa pela incompreensão da necessidade do nosso protagonismo.Ainda bem que temos as Janetinhas...E para não pensarem que estou apenas de bajulação vou citar um exemplo claro que merece ser visitado :temos a Escola Amorim Lima em São Paulo provando que é possível construir uma história diferente quando cairem as paredes... Quem quiser saber mais dá uma olhadinha no link dessa EMef e tire suas próprias conclusões, porque eles também estão embasados na LDB e nos pcns, mas realizando um trabalho criterioso. E quem fizer isso sei que terá muito a comentar.

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